"Minha mente está cheia e eu estou transbordando" [Ira!]
"Acho que mais me imagino do que sou, ou o que sou não cabe no que consigo ser." [Ferreira Gullar]
"Quem fala em flor não diz tudo. Quem fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais." [Ferreira Gullar]


- Não importa se é sem sentido, não importa se é sem significado. O importante é que escrevo e assim alivio. Seja bem-vindo ao meu mundo e voe por meus versos! Dê os devidos créditos e assim terá um mundo inteiro de palavras onde viver. Esse é meu mundo e se quiser fazer parte dele é só me seguir...

31 de julho de 2011

O peregrino

Era um peregrino que por vezes via passar. Ele caminhava solitário, parecendo sempre matutar. Era um lindo menino de mãos dadas consigo mesmo, tão singelo e triste, tão docemente...só! Ele não me via, tampouco sentia, uma dama a lhe observar... Mas encarava eu o teu olhar saudoso de tempestade, chuvoso de saudade. Ah... que majestoso olhar! Misterioso em tua essência, maldoso em inocência, era assim contraditório como o vai e vém do mar. Na noite sempre via o teu apressado e pensativo caminhar. E parecia que a Lua, todas as noites, ele insistia acompanhar. Em uma noite de Lua cheia em que o céu, estrelado, parecia com o vento brincar, vi o peregrino tristonho e teus olhos pareciam chorar. Era de um vazio tão imenso, tortuoso vê-lo assim!
Meu querido, o que tens? Não fujas de mim...
Entretanto ele não pôde me ouvir, e caminhando a esmo, distanciou-se daqui...
Olhei o céu e a Lua parecia chorar, pois tua luz ofuscava-se e ela estava toda a minguar. Nunca mais, o peregrino vi passar...
Onde estás querido? Por que não voltas a caminhar? A Luz está novamente cheia, ansiosa por lhe ver passar. E meus olhos saudosos por te acompanhar.


~ Ao querido Giordano que está sempre por aqui a ler meus singelos escritos... 
Meu querido, lhe ofereço este texto que escrevi há algum tempo, logo após voar por teus ricos versos. Espero que goste... ^^

Laura Ribeiro

30 de julho de 2011

Fragmentos de Anne Frank

"'O papel tem mais paciência do que as pessoas.' Pensei nesse ditado num daqueles dias em que me sentia meio deprimida e estava em casa, sentada com o queixo apoiado nas mãos, chateada e inquieta, pensando se ficaria ou se sairia. Finalmente fiquei onde estava, matutando."
O Diário de Anne Frank, edição definitiva por Otto H. Frank e Mirjam Pressler

Ontem (29 de julho) terminei esse livro incrível! A história de uma menina de treze anos vivendo em um esconderijo com mais sete pessoas, na época do holocausto, é realmente impressionante, triste, revoltante e ao mesmo tempo lindo. Tirei esse trecho com o qual me identifiquei tanto! Na verdade me identifiquei com tantos trechos, mas não a ponto de marcar as citações, pois são pedaços de um passado meu triste o qual não ouso e não desejo relembrar. Cinzas não viram imagens assim, do nada. 
Escrever era um alívio para Anne, que despejava em seu diário ou em Kitty, como o chamava, todas as suas alegrias e aborrecimentos, todos os seus sentimentos mais íntimos e verdadeiros. Assim como faço em meus poemas, textos aleatórios, contos, versos... Expondo meu eu mais íntimo em metáforas, analogias e às vezes falando de mim mesma como realmente sou. Mas sempre, verdadeiramente. E assim reforcei ainda mais esse hábito de escrever o que penso, amo, odeio, sinto, quero... Sou. 

E para quem ainda não leu, eu recomendo esse livro. É a edição definitiva da editora Record. Boa leitura!

20 de julho de 2011

Eu mesma, poesia

"...Porque é do teu lado que eu me vejo como eu mesma, e não como poesia, analogias e outras metáforas que me personificam, mas não me são próprias. Porque talvez eu seja versos de um poema mal escrito que um poeta desafortunado deixou largado por ai... Porque talvez eu seja versos perdidos, sem sentido, copiados daquele outro poema ruim. E mesmo assim não há poesia ruim, apenas incompreendida. Para ver como sou tudo e ao mesmo tempo coisa alguma... E mesmo assim, alguém."

Laura Ribeiro 

[peço  desculpas, caso tenha repetido a imagem, créditos: Images google]

10 de julho de 2011

Yes, I do ♥

"[...] Não posso te atropelar/Nem te pedir/Pra ficar aí sozinho/Não sei nem como te falar/Que na verdade/Quero ter você comigo/Pra te dar colo e te ver deitado/Na minha cama/E não naquele sofá emprestado/Daria um pedaço do meu medo/Pra saber se você tem coragem/A distância entrelaça os nossos dedos/Pra encurtar a viagem...♪" [Megh Stock - Sofá emprestado]

Quando tudo parecia não fazer mais sentido, quando as flores da primavera pareciam murchar e dar lugar ao sépia outonal e quando a noite era tão fria quanto o que ela sentia dentro de si, um sorriso emergiu da escuridão.
Quando tupo parecia perdido, e seu sentimento mais uma vez calado e sufocado, não correspondido... Surgiu um sinal.
No meio da multidão ele surgiu com seu sorriso doce e habitual. Era a  maneira mais singela de fazer uma surpresa, mas a maneira mais linda de mostrar que sim, ele se importava com ela. Ai então pareceu que as estações voaram e novamente a primavera surgiu. O frio dentro de si desapareceu assim que aquele sorriso lhe disse o que o coração sentia. Sim, ele a amava.
Valeu a pena enfim ter esperado, valeu a pena os desentendimentos e tudo o mais. Ele simplesmente lhe virou e disse: "Descobri que te amo e que não consigo viver mais um dia sem você". Ao passo em que ela sorriu e com os olhos estava a lhe dizer a mesma coisa. Então o pedido veio e ela só conseguia dizer que sim. A noite foi embalada por doces sonhos juvenis e doces... E ao acordar ela olhou para o lado e o viu ali, com o melhor dos sorrisos lhe dizendo bom dia e mais uma vez as palavras que ela não se cansava de ouvir.
E então tudo fez sentido, o amor que floresceu entre os dois era tão lindo... Que bastava apenas sentir.
E foi a vez dela dizer que o amava, e que sim... era com ele que seria feliz.


Laura Ribeiro

6 de julho de 2011

A florista

Era uma menina tristonha de sorriso na cara e flores nas mãos. Vendia sonhos, gargalhadas. Perfumes e abraços. Mas em si, era vazio, lágrimas e frio. E nada mais. 
Um dia sentiu na face algo a lhe queimar, levou as mãos ao rosto e começou a chorar. Nada lhe fazia sentido. Crise de existência? ou apenas... frio? Das meninas de sorrisos bonitos era ela quem tinha as mais belas e singelas flores a oferecer. Todos lhe sorriam de volta e aceitavam seu riso com imenso prazer. no entanto, algo lhe faltava, só não sabia o quê. Fazia tudo certo, então no que ela errava? Tinha o sorriso mais belo, então por que ela chorava? 
Não se sabe. Não se viu. Seu pranto cessou. Seus olhos se fecharam. No outro dia os abriu e o dia recomeçou. Sorrisos, abraços, flores e esperanças...
mas lá no fundo... Frio.

Laura Ribeiro